Qual o impacto das cidades na biodiversidade ao longo dos cursos de água urbanos?

Uma equipa de investigadores, da qual fazem parte as investigadoras do MARE Sónia Serra, Ana Raquel Calapez e Maria João Feio, publicou recentemente na revista científica Springer o artigo "The overlooked margins: how cities impact diversity of plants and terrestrial invertebrates along urban streams".

Para a elaboração do artigo, os investigadores estudaram o impacto das urbanização na flora da zona ribeirinha e nos invertebrados terrestres. Para isso, foram utilizados como estudo de caso, nove ribeiras urbanas que abrangem um gradiente de urbanização da cidade de Coimbra. Durante a investigação foram identificados um elevado número de taxa: cerca de 163 plantas e 80 investebrados terresres, perfazendo 80% de novos registos para a região, e ainda uma planta endémica rara.

Com este estudo, os investigadores observaram que, os espaços naturais construídos ao longo dos cursos de água, como os parques, suportam menos biodiversidade. Além disso, a riqueza vegetal foi correlacionada negativamente com as percentagens de áreas impermeáveis circundantes, e positivamente com a qualidade da água. Estas observações mostram que a urbanização tem efeitos negativos na vegetação ribeirinha, e que a qualidade da água tem impacto nas comunidades aquáticas e terrestres.

Os resultados desta investigação salientam a importância das zonas ribeirinhas para a preservação da biodiversidade, e por isso, os investigadores recomendam uma intervenção menos intensa nestas zonas, para aumentar a biodiversidade.

 

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